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Nem tudo que reluz é ouro: Lula, Trump e a diplomacia de aparências.

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Em " O Mercador de Veneza ", Shakespeare nos ensina uma lição atemporal: “Nem tudo que reluz é ouro”. A advertência aparece quando pretendentes de Porcia , atraídos pelo brilho de um cofre dourado, descobrem que a verdadeira escolha estava em outro lugar, menos reluzente, mas mais autêntico. Trata-se de uma metáfora poderosa sobre as ilusões do poder, da vaidade e das aparências que enganam. Na última semana, o governo Lula ofereceu ao Brasil mais um episódio digno de comparação com a obra do bardo inglês. Em entrevista a uma jornalista estrangeira, Lula foi questionado três vezes por que não telefonara ao presidente Donald Trump para tratar do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil . Escorregou, desconversou, não respondeu. Pouco depois, discursando na ONU , repetiu chavões de um terceiro-mundismo ultrapassado, fez apologia aos terroristas do Hamas, fabricou um genocídio em Gaza e mostrou o quanto o Brasil de hoje perdeu relevância na cena internacional. Em contr...

Chico, Caetano e Gil: do amor da “anistia” ao ódio do “sem anistia”.

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No final dos anos 70 , o Brasil construiu a Lei da Anistia . Não nasceu do ódio, mas de um pacto pela paz e pela redemocratização. Mesmo diante de sequestros , assaltos , assassinatos e terrorismo , a sociedade escolheu perdoar para seguir em frente. Graças a esse gesto, milhares voltaram ao país e refizeram suas vidas, entre eles Chico Buarque , Caetano Veloso e Gilberto Gil , que se tornaram símbolos de uma geração marcada pela reconciliação. Sem perdão, não teria havido democracia. Hoje, porém, os beneficiados de outrora rejeitam a anistia para brasileiros acusados de depredações em 8 de janeiro de 2023 . Atos condenáveis, sim, mas sem mortos, sem tiros, sem sequestros. Chico, que cantava “apesar de você, amanhã há de ser outro dia”, parece preferir que o amanhã continue refém da vingança. Caetano, que dizia “é preciso estar atento e forte”, cede ao medo do perdão. E Gil, que junto a Chico clamava “Pai, afasta de mim esse cálice”, hoje aceita que o cálice da intolerância siga alim...

Dosimetria é o golpe político que mantém as injustiças. Anistia já!

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A Câmara dos Deputados aprovou, por maioria absoluta, a urgência da votação da chamada “PEC da Anistia”. No entanto, o que parecia ser um passo rumo a corrigir perseguições e condenações políticas, rapidamente se revelou uma encenação. O presidente da Casa, Hugo Motta, designou como relator o deputado Paulinho da Força,  figura marcada por condenações e suspeições morais e legais, que, ao lado de Michel Temer e Aécio Neves, anunciou que a anistia estaria fora de discussão. O novo foco seria apenas a “dosimetria" das penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal aos condenados da suposta tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Mas há um ponto elementar a ser lembrado que é justamente essa dosimetria da pena, competência exclusiva do Poder Judiciário. É o juiz quem, após a sentença, define o tamanho da pena, considerando agravantes, atenuantes e circunstâncias do crime. Já a anistia é competência típica e indelegável do Poder Legislativo, que pode, por razões políticas ou históri...

PEC da Anistia: Vitória da Oposição ou Vitória de Pirro?

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A aprovação do regime de urgência da votação da PEC da Anistia, ontem, foi recebida pela oposição como um triunfo político diante do governo Lula. Entretanto, o entusiasmo durou pouco. Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, indicou como relator do texto o deputado Paulinho da Força, político marcado por condenações graves, incluindo uma sentença do STF de 10 anos de prisão por desvio de dinheiro público. O próprio Hugo Motta afirmou ao indicar Paulinho da Força, que este mantém boas relações com o STF.  Inacreditável.  A escolha trouxe à tona um paradoxo. O que parecia ser um passo estratégico contra o governo revelou-se, na prática, um retrocesso. Paulinho da Força mantém uma relação histórica de proximidade com Lula, além de carregar uma biografia política recheada de controvérsias que comprometem sua credibilidade como relator de um tema tão sensível. O episódio lembra a chamada "vitória de Pirro", expressão originada do rei Pirro de Épiro, que, ao derrota...

Charlie Kirk assassinado. Jeffrey Chiquini agredido. Em comum, uma universidade.

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O assassinato brutal de Charlie Kirk , um cristão e conservador pacifista que acreditava no diálogo como caminho para transformar a América, ocorreu em um lugar carregado de simbolismo: uma universidade. University Utah Valley. Universidades deveriam ser espaços de debate livre, de produção de conhecimento e de construção de uma cultura de paz. No entanto, em quase todo o mundo, elas foram tomadas por ideologias de esquerda, transformando-se em verdadeiros redutos de intolerância. E a intolerância da esquerda tem se mostrado violenta. As tentativas de assassinato contra Jair Bolsonaro e Donald Trump , somadas aos assassinatos de Charlie Kirk e Miguel Uribe , expõem uma realidade incontornável: a violência política parte, de forma recorrente, da militância de esquerda. Os fatos são públicos e inegáveis. No Brasil, nesta semana, militantes da extrema-esquerda da Universidade Federal do Paraná impediram, de forma agressiva, uma palestra do advogado Jeffrey Chiquini e do vereador Guilhe...

7 de setembro: da solidão de Lula à força de Bolsonaro.

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Mais um 7 de setembro em Brasília . O presidente Lula , em carro aberto, repetiu o ritual protocolar das datas cívicas. Bandeiras, tropas, bandas militares. Tudo estava presente, exceto o essencial: o POVO. A Esplanada dos Ministérios , em outros tempos tomada por milhões brasileiros vestidos de verde e amarelo, estava vazia, silenciosa, quase deserta. A ausência popular transforma a cena em algo melancólico, quase um retrato da solidão de um governo que não encontra ressonância nas ruas. A história nos oferece exemplos de governantes que, em certo momento, também desfilaram para arquibancadas esvaziadas. Regimes autoritários do Leste Europeu, antes da queda do Muro de Berlim , insistiam em exibir seus líderes em paradas militares de pompa, mas sem entusiasmo genuíno. Havia aparato, mas não havia alma. Havia soldados, mas não havia cidadãos. A distância entre governo e povo era visível e insustentável. Um governante sem povo é como um maestro sem orquestra: agita os braços, mas não há ...

Até a inquisição espanhola respeitava mais os acusados que o STF contra Bolsonaro.

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A história registra a Inquisição Espanhola como um dos maiores símbolos de intolerância e perseguição. Mas, ainda assim, por mais cruel e arbitrária que fosse, até ela oferecia ao acusado um direito mínimo de saber claramente do que estava sendo acusado e ter oportunidade, mesmo que limitada, de se defender. No Brasil de hoje, o STF supera a Inquisição em arbitrariedade. Jair Bolsonaro é acusado de uma suposta tentativa de golpe que nunca existiu, sem ato concreto, sem quartel tomado, sem armas apontadas, sem qualquer vestígio de mobilização real. O que há? Apenas narrativas, recortes de falas, interpretações políticas e um desejo escancarado de eliminar o adversário do jogo democrático antes do “apito final”. Enquanto a Inquisição apresentava acusações formais, ainda que absurdas, o STF age na sombra. Processos sigilosos, provas “secretas”, prisões arbitrárias, bloqueio de bens, censura prévia e perseguição a familiares. É a lei moldada conforme o réu, uma justiça que não busca a v...