STF. Vai-se a vaidade, ficam os pecados.

Aos poucos, o Supremo Tribunal Federal vai se despindo das máscaras que outrora o faziam parecer templo da Justiça. A recente aposentadoria precoce de um de seus ministros mais midiáticos simboliza não apenas o fim de um ciclo, mas o esgotamento de uma era marcada por um pecado em especial, a vaidade. Com ela, retira-se dos holofotes aquele que amava o aplauso, o discurso performático e a sensação de ser mais iluminado que a própria lei. A vaidade, ensinava São Tomás de Aquino , é o amor desordenado pela própria excelência, e talvez, não haja pecado mais sedutor para quem habita as cúpulas do poder. Mas se a vaidade sai de cena, os demais pecados permanecem sentados nas poltronas de veludo do plenário. Fica a soberba , travestida de autoridade moral, convencida de que a toga concede o direito de tutelar consciências e corrigir o voto popular. Fica a ira , manifesta em decisões intempestivas, em ofícios expedidos como dardos contra adversários de ocasião. Fica a inveja , que se oculta ...